Monitoramento da população de onças-pintadas do Parque Nacional das Emas
Para alcançar a conservação da onça-pintada há a necessidade de entender seus parâmetros populacionais. O monitoramento da população de onças-pintadas do Parque Nacional das Emas é realizado pela associação de armadilhamento fotográfico e coleiras VHF e GPS desde 2002. Em 2008, foi desenvolvido um desenho amostral sistematizado que permitiu a utilização dos modelos espaciais de captura e recaptura para a estimativa de densidade. O último ano analisado foi 2017, e os resultados encontrados permitiram a identificação de um total de 26 onças no período de 10 anos (2008-2017), nove fêmeas, 13 machos e quatro indivíduos sem sexo identificado. A população tem densidade de 2,12 ind./100km², com a estimativa de 28 indivíduos. Os parâmetros de distribuição avaliados foram constantes, o que evidencia que essa população esteve estável ao longo desses anos. Alguns indivíduos mantiveram-se na população por mais de 10 anos. Uma nova amostragem foi realizada em 2022 e os vídeos obtidos estão em fase de análise.
Ilha das Onças: ecologia, genética e conservação da onça-pintada na Estação Ecológica Maracá-Jipioca
Um estudo preliminar sobre a onça-pintada na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (Amapá), indica que o efeito da insularização sobre as onças-pintadas da ilha vem atuando de forma alterar seus hábitos alimentares para o consumo de presas com média de biomassa de 8,58 kg e padrão de atividade predominantemente diurno. Este projeto pretende investigar, entre outros aspectos, como esta espécie se comporta em um ambiente com escassez de água doce e de presas terrestres, além de investigar o padrão de dispersão da espécie como forma de avaliar a viabilidade genética populacional em longo prazo na ilha. A realização deste projeto propiciará uma melhor compreensão da demografia da população em um sistema insular, e revelará os aspectos biológicos e ecológicos associados às adaptações das onças nesta ilha. Para tanto, serão utilizadas armadilhas fotográficas e colares GPS. As armadilhas fotográficas serão utilizadas para o monitoramento contínuo da população de onças-pintadas e suas presas. Fezes da espécie localizadas durante as amostragens serão enviadas para laboratório especializado para extração de DNA, e também serão utilizadas para o estudo da dieta. Para investigar o padrão de uso de habitat, área de vida, padrão de movimentação e dispersão serão capturadas e aparelhadas com coleiras GPS 10 onças-pintadas.
No Rastro da Onça-Pintada
Este projeto tem como objetivo geral promover a identificação das populações atuais da onça-pintada no Brasil e embasar a aplicação de estratégias de conservação em longo prazo para a espécie, de acordo com as principais ameaças identificadas. Para tanto, serão unificados esforços entre pesquisadores e instituições de todo o país e utilizadas as melhores tecnologias e metodologias para coleta e análises de dados. Os resultados deste levantamento permitirão identificar as populações atuais da onça-pintada no Brasil e embasarão as estratégias de conservação em longo prazo para a espécie, de acordo com as principais ameaças identificadas.
O Corredor da Onça
O Rio Araguaia é o terceiro maior rio do Brasil fora da Bacia Amazônica. Possui 3.000 km desde as nascentes até a foz com mar, incluindo o rio Tocantins para fins do Projeto. O Rio Araguaia nasce no Cerrado, próximo ao Parque Nacional das Emas, percorre cinco Estados e une os dois maiores biomas brasileiros, a Amazônia e o Cerrado. Dezesseis Unidades de Conservação, Terras Indígenas e as reservas privadas das propriedades rurais fazem com que se torne um dos rios mais ricos em biodiversidade do Brasil. Este projeto, o maior do gênero realizado no Brasil, tem a ambição de subsidiar a implementação e o manejo do rio Araguaia como um corredor de biodiversidade para as onças-pintadas, a fim de permitir a conectividade das populações entre os dois maiores biomas brasileiros. O sucesso deste projeto garantirá a conservação das onças-pintadas regionalmente ameaçadas nas paisagens fragmentadas do Brasil central. Serão capturadas 60 onças-pintadas, ao longo da área de abrangência do corredor, para o aparelhamento com coleiras GPS e seu posterior monitoramento. Também serão utilizadas 400 armadilhas fotográficas, distribuídas em pontos de amostragem, ao longo do corredor, seguindo a metodologia desenvolvida pelo Instituto Onça-Pintada. As onças-pintadas possuem padrão único de pelagem, funcionando como uma impressão digital. Assim, a análise dos registros fotográficos permitirá a individualização e contagem dos animais, o que permite estimar os tamanhos populacionais de onça-pintada ao longo de toda a área do Corredor Araguaia. Essas informações serão vitais na determinação de locais com populações-chave de grande importância, permitindo-nos, assim, concentrar os esforços de gestão e conservação da espécie nessas áreas.